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Extra de SP reembala e recoloca à venda carnes, frios e embutidos com validade vencida

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O supermercado Extra Cambuci, na Zona Sul da capital paulista, reembala e recoloca à venda carnes, frios e embutidos com validade vencida, de acordo com a denúncia de um ex-funcionário.. Após constatar irregularidades, a Vigilância Sanitária multou e interditou parcialmente a unidade em agosto.

Agentes da Vigilância Sanitária e policiais do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) foram ao supermercado. A 2ª Delegacia de Polícia de Saúde Pública vai abrir um inquérito para investigar o caso.

Questionado, o Extra disse, em nota, que a prática não condiz com o procedimento da companhia e que vai averiguar imagens para tomar medidas necessárias. .

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informou que o local é acompanhado pela Unidade de Vigilância em Saúde (Uvis) Sé desde o dia 17 de agosto de 2021, quando, por meio da ouvidoria municipal, recebeu uma primeira denúncia.

“Na ocasião, foram identificadas irregularidades que resultaram na lavratura de Auto de Infração e Termo de Interdição Parcial de Estabelecimento. Foi aberto processo administrativo sanitário para acompanhamento”. (leia nota completa abaixo).

Wellington foi demitido em outubro porque, segundo ele, não concordava com a prática. Funcionários do local que preferem não se identificar afirmam que as ordens para vender produtos vencidos continua.

De acordo com a Coordenadoria de Vigilância Sanitária (Covisa), é expressamente proibido expor para venda e utilizar produtos com prazos de validade vencidos, sem identificação ou sem o registro no órgão competente, conforme legislação vigente. Os estabelecimentos que apresentam irregularidades higiênico-sanitárias são autuados e estão sujeitos à multa, que pode chegar a R$ 500 mil.

O órgão esclarece que o consumo de alimentos fora do prazo pode causar intoxicação alimentar, infecções, náuseas, dores abdominais, vômito, diarreia e infecções que variam de grau de acordo com o quadro do paciente. Em casos mais graves, pode levar à internação e até a óbito .

Segundo o ex-funcionário, as ordens para recolocar à venda os produtos começaram em julho deste ano quando a supervisora direta dele tirou licença-maternidade. A substituta teria adotado a prática para fazer economia.

“Começaram a me pedir para 'fazer bandeja' [fatiar e colocar na bandeja de isopor] e colocar no balcão principal os frios vencidos. Eu falei que não queria fazer essas coisas porque acho errado com o povo e comigo mesmo, que também sou consumidor. Pedi para ser transferido ou ser mandado embora, mas não queriam me transferir."

"Na segunda vez que me pediram isso foi a mesma coisa. Falei que não queria fazer, que se eu soubesse que esse mercado era assim eu não teria ido trabalhar lá. Mas se você não fizer o que eles pedem, você toma advertência e depois suspensão. Você é obrigado. Todo mundo que está lá é pai de família, trabalhador. Se não fizer isso, perde o emprego. Fui mandado embora por não estar fazendo isso”, conta ele.

De acordo com Wellington, ele foi demitido no dia 18 de outubro e até segunda-feira (6) o supermercado não tinha liberado a documentação necessária para ele entrar com o pedido de seguro-desemprego e sacar o Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço. (FGTS).

“A supervisora me dizia ‘Se você não fizer eu vou te dar uma advertência de que você está se negando a trabalhar.’ Queriam me dar justa causa porque eu não queria fazer. Eu falei com eles que eu não queria ficar lá, que ali é muita sujeira com o povo, que eu não tinha vontade nenhuma de trabalhar lá. Minha mãe me ensinou a nunca fazer coisa errada na vida, vou fazer coisa errada para os outros?”

O Extra entrou em contato com o ex-funcionário e a homologação da demissão foi feita na terça-feira (7). De acordo com a mãe de Wellington, o supermercado queria fazer um acordo para que ele não divulgasse as imagens, mas ele se negou. O supermercado não se posicionou sobre a demissão.

Extra diz que investiga caso

O Extra afirmou, por meio de nota, que a prática não condiz com o procedimento de segurança alimentar da companhia e que abriu um processo de apuração interna para averiguar as imagens e tomar as medidas necessárias (leia nota completa abaixo).

De acordo com o fatiador de frios, a ordem era a de que as carnes fossem lavadas com água antes de serem recolocadas à venda. No caso dos frios e embutidos, os funcionários eram orientados a abrir a embalagem original, fatiar os alimentos e recolocá-los à venda no balcão principal.

Quando o produto é pesado na balança, é calculada automaticamente uma nova data de validade para ele, como se fosse novo, segundo o funcionário. Os frios vencidos, por exemplo, iam para uma bandeja de isopor com data de validade para mais sete dias.

Segundo Wellington, era comum haver reclamação de clientes que tinham comprado frios e carnes estragados e que voltavam ao mercado para pedir para trocar o alimento.

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