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Hamilton revela propósito além de título da F1

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Lewis Hamilton e a Mercedes tiveram um lampejo de êxito com o terceiro lugar no GP do Bahrein da Fórmula 1 no último domingo, apesar do começo tortuoso de temporada do time – que sofre com problemas no carro de 2022. Ambos não desistiram da luta pelo título deste ano, restando ainda 22 rodadas para a decisão do campeonato, mas o heptacampeão tem outros objetivos em sua carreira.

  • Comecei a pensar que estou vencendo esses campeonatos, mas o que isso significa? Eles são gratificantes, mas não estão mudando nada. Não mudam o mundo, o fato de que ainda temos guerras, injustiças raciais, de que pessoas ainda estão sendo abusadas e toda sorte de coisas. Então para o que vamos usar essa plataforma? Eu descobri meu propósito, e não é ser apenas um piloto – revelou.

Único piloto negro do grid da F1, Hamilton tem se tornado cada vez mais vocal para trazer luz aos problemas da falta de diversidade na categoria há, pelo menos, quatro anos.

Seus esforços se intensificaram em 2020 em resposta ao homicídio do afro americano George Floyd e foram ao encontro do posicionamento adotado pela Mercedes, que vem promovendo uma série de iniciativas e apoiando o heptacampeão em seus esforços em prol de igualdade no esporte.
Esse é o meu papel aqui. Continuar mantendo essas conversas, sentar com Stefano (Domenicali, presidente da F1) e questionar: “o que você está fazendo e como podemos trabalhar juntos?”. Se trata de agregar pessoas na jornada, mais do que cobrar. Isso infelizmente demanda muita conversa, mas as pessoas parecem mais interessadas em estarem unidas nessa jornada, simpatizam mais com a ideia e dizem que sim, podemos fazer um trabalho melhor – adicionou o piloto da Mercedes.

Hamilton é criador da Comissão Hamilton – que, em parceria com a Real Academia Britânica de Engenharia, dirigiu e divulgou em 2021 um relatório apontando os motivos da baixa participação de pessoas racializadas no automobilismo – e da instituição Mission 44.
Neste começo de temporada, o heptacampeão foi multado em 50 mil euros (ou R$ 265 mil) por faltar, em dezembro passado, a premiação da Federação Internacional do Automobilismo (FIA). E ele destinou a quantia ao financiamento dos estudos no esporte a motor de um jovem em situação de vulnerabilidade.

O heptacampeão explicou que a percepção do alcance de sua influência, dentro e fora das redes sociais, veio com o chegar da idade. Hoje aos 37 anos, ele é o segundo piloto mais experiente da F1, atrás apenas de Fernando Alonso, de 40. E projeta que, num futuro próximo, seu esforço renda frutos:

  • Eu tenho essa plataforma e sou capaz de pressionar de um jeito desconfortável às vezes, mas essa também é uma oportunidade real de trazer luz para essa mudança e isso, pra mim, é mais recompensador do que qualquer campeonato. Meu objetivo é que, nos próximos cinco ou dez anos, olhemos para o esporte e que eu esteja vendo pela TV – espero que com meus filhos -, e eles vejam, por exemplo, jovens mulheres engenheiras, e mecânicas, e saibam que eles terão uma oportunidade.

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