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Senador honesto flagrado com dinheiro na cueca, amplia licença para 121 dias

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Horas após ter pedido licença do mandato parlamentar por 90 dias, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) protocolou uma retificação, alterando o período para 121 dias (veja o pedido).

O pedido foi aceito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Quem deve assumir o mandato é o primeiro suplente, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, filho do parlamentar. O pedido inicial de licença de Chico Rodrigues, de 90 dias, não levaria à convocação do suplente. Agora, com a licença superior a 120 dias, Pedro Arthur Rodrigues será convocado.

Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil na cueca na semana passada. O dinheiro foi encontrado durante uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do parlamentar. O DEM, partido ao qual Chico Rodrigues é filiado, pediu ao STF para acessar as investigações.

A operação apura suposto esquema de desvio de recursos públicos em Roraima. Rodrigues nega as acusações e afirma que o dinheiro serviria para pagar funcionários.

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Após a operação da semana passada, partidos políticos protocolaram uma representação no Conselho de Ética no Senado com o objetivo de cassar o mandato de Chico Rodrigues.

Aliados do senador, contudo, passaram esta segunda-feira (19) costurando um acordo para que Chico Rodrigues se licenciasse. O próprio presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), sugeriu que o senador se licenciasse por 121 dias.

O caso de Rodrigues também está em análise no Supremo Tribunal Federal. Isso porque o ministro Luís Roberto Barroso determinou o afastamento do senador, mas submeteu a decisão ao plenário do tribunal. O presidente do STF, Luiz Fux, marcou para esta quarta-feira (21) o julgamento do caso.

A defesa de Chico Rodrigues comunicou nesta terça ao STF o afastamento do parlamentar. “Entende esta defesa, com as mais respeitosas ve^nias, que o julgamento previsto para a sessa~o plena´ria de 21/10/2020 encontra-se prejudicado”, acrescentaram os advogados.
O dinheiro na cueca
Ao decidir pelo afastamento de Rodrigues, o ministro Luís Roberto Barroso transcreveu parte do relatório da Polícia Federal sobre a operação da semana passada. O texto descreve a apreensão de dinheiro na casa do senador, em Boa Vista (RR), e a tentativa de esconder dinheiro nas roupas íntimas.

“Efetuamos a busca no cofre situado no quarto do Sr. Pedro Rodrigues, filho do Senador, no qual não foram encontrados valores ou documentos relacionados aos fatos sob investigação. Contudo, nesse momento, o Senador Chico Rodrigues indagou ao Delegado Wedson se poderia ir ao banheiro. O Delegado Wedson respondeu que sim, mas informou que o acompanharia”, diz o relatório da PF.

“Nesta hora, o Delegado Wedson percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do Senador Chico Rodrigues, que utilizava um short azul (tipo pijama) e uma camisa amarela. Considerando o volume e seu formato, o Delegado Wedson suspeitou estar o Senador escondendo valores ou mesmo algum aparelho celular”, prossegue o documento.

O relatório diz ainda que, ao ser perguntado sobre o “volume”, Chico Rodrigues negou irregularidade. O delegado que comandava a busca e apreensão decidiu, então, fazer uma busca pessoal no senador. A ação foi filmada, mas o vídeo foi mantido em sigilo.

“Ao fazer a busca pessoal no senador Chico Rodrigues, num primeiro momento, foi encontrado no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas, maços de dinheiro que totalizaram a quantia de R$ 15.000,00”, diz o relatório da PF.

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