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Prefeito do Guarujá é preso por desviar mais de R$ 150 milhões da saúde e da educação

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O prefeito afastado de Guarujá, no litoral de São Paulo, Válter Suman (PSDB), é investigado pela Polícia Federal (PF) por ter desviado mais de R$ 150 milhões das áreas da saúde e educação, afirmou em entrevista ao Fantástico, que não houve fraude na licitação das merendas, nem favorecimento para as empresas contratadas, e que não ficou com nenhum centavo da saúde e da educação, inclusive mostrou a tornozeleira eletrônica instalada por determinação da Justiça.

Os principais investigados pela PF são Válter Suman , a esposa dele Edna Suman, e um empresário que era responsável pela administração de unidades de saúde da cidade. A suspeita da PF é que a organização criminosa era liderada pelo casal Suman, e o responsável pelas transações seria o secretário afastado de Educação, Marcelo Nicolau.

O empresário Almir Mattias, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção teria desviado 70% do valor que recebeu para gerenciar os serviços públicos da saúde. Entre os R$ 153 milhões pagos para investir na área, ele ficou com R$ 109 milhões.

Durante os anos de 2018 e 2021, Mattias representava uma organização social contratada pela prefeitura de Guarujá para gerencias as principais unidades de saúde da cidade. Porém, segundo o delegado da PF Isalino Antonio Giacomet Junior, além do superfaturamento, não houve prestação de serviço.

“Verificamos como principais formas de atuação superfaturar contratos e o excesso ela reparte entre os corruptos envolvidos, outra prática criminosa é ainda mais radical, a inexistência dos serviços prestados maquiados por meio de notas frias”, afirmou em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.

Segundo a PF, uma parte do valor desviado por Mattias foi para tentar impulsionar a própria carreira de cantor, e outra parte para empresas relacionadas à dele, como R$ 12 milhões destinados para um salão de beleza.

“O maior prejudicado em relação a estes delitos é a população, é o pai de família que vai deixar de ver o filho ser bem assistido em uma escola, ver a família ser má assista em um hospital. A verba publica deixa de chegar a destinação final”, frisou o delegado da PF.

Questionado pelo Fantástico, o prefeito negou ter proximidade com Almir Mattias, porém, há registros de mensagens trocadas com a primeira-dama, Edna Suman, pedindo para ela buscar R$ 50 mil com o Almir. Segundo as investigações, essa ação é propina.

Mattias foi indiciado por vários crimes, entre eles corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Assim como o casal Suman e Nicolau, Almir Mattias também deveria estar com tornozeleira eletrônica, mas ainda não foi localizado.
Desvio na educação

Os policias federais descobriram outro esquema de desvio de dinheiro enquanto investigavam as operações da saúde. Pelo menos R$ 30 milhões foram desviados da educação, por fraudes na compra de merenda escolar.

Um edital no valor de R$ 15 milhões foi fechado com a empresa Armazém 972, contratada para fornecer a merenda. De acordo com as investigações, a contratada também entregava propina ao casal Suman, que apelidou a ação de “doação para campanha”.

Valter e Edna Suman colocam tornozeleira eletrônica

O prefeito afastado de Guarujá, no litoral de São Paulo, Válter Suman [PSDB], esteve no Fórum Federal de Santos, para colocar a tornozeleira eletrônica, conforme determinação da Justiça. A esposa dele, Edna Suman, também esteve no local para instalar o dispositivo.

Ao deixar o Fórum, o prefeito não quis se pronunciar, mas o advogado do casal, Edson Asarias, disse que ambos estiveram no local para cumprir uma das medidas cautelares, sem indicar qual. Imagens da saída do casal mostram, porém, o volume do dispositivo na perna de ambos.

“Existe um equívoco muito grande cometido pelas autoridades. Isso vai ser resolvido no momento certo. Tenha certeza de que ele vai voltar [ao cargo público]. Tecnicamente, ele vai voltar. Tinha o cumprimento da cautelar que era para ser feito, e foi cumprido”.

O casal é investigado pela segunda fase da Operação Nácar, ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU).

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