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Vendas do comércio caem 1,7% em junho após dois meses de alta

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Após dois meses seguidos de alta, as vendas do comércio varejista caíram 1,7% em junho, na comparação com maio, apontam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000. Com o resultado de junho, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia”, informou o IBGE.
A pesquisa mostrou, também, que o comércio varejista:

cresceu 6,3% na comparação com junho de 2020
acumulou alta de 5,9% nos últimos 12 meses
encerrou o 2º trimestre com alta de 3% na comparação com o 1º trimestre
fechou o semestre com crescimento de 6,7%
teve metade das atividades com patamar superior ao de fevereiro de 2020, pré-pandemia
O resultado veio abaixo do esperado. A expectativa de pesquisa da Reuters era de avanço de 0,7% na comparação mensal e de 9,1% sobre um ano antes.
Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram retração na passagem de maio para junho, sendo a mais intensa no segmento de tecidos, vestuário e calçados.

Veja o desempenho de cada um dos segmentos em junho:

Combustíveis e lubrificantes: -1,2%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,5%
Tecidos, vestuário e calçados: -3,6%
Móveis e eletrodomésticos: 1,6%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,4%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 5%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -3,5%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -2,6%
Veículos, motos, partes e peças: -0,2% (varejo ampliado)
Material de construção: 1,9% (varejo ampliado)
“No comércio varejista como um todo, há algumas atividades caindo com mais força porque elas tiveram uma certa recuperação nos meses de abril e maio, elevando a base de comparação. Esse foi o caso de tecidos, vestuário e calçados, que é uma atividade que ainda não teve recuperação frente ao patamar de fevereiro do ano passado”, apontou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, as vendas caíram 2,3% na passagem de maio para junho.

Crescimento interanual
Na comparação com junho do ano passado, porém, houve alta de 6,3% no volume de vendas. Foi o quarto crescimento seguido nesta base de comparação e os resultados positivos foram disseminados, atingindo seis das oitos atividades investigadas pelo IBGE.

O gerente da pesquisa ponderou, porém, que houve perda de ritmo nessa base de comparação.

“Na comparação interanual, há um ritmo menor de crescimento em junho. Nos meses anteriores, os aumentos foram mais significativos por conta da base de comparação que estava muito baixa. É diferente de comparar, por exemplo, com março ou abril do ano anterior, meses que marcaram o início da pandemia no país”, apontou Santos.
Alta de 3% no 2º trimestre
Apesar da queda em junho, o setor fechou o 2º trimestre com alta de 3% frente aos três primeiros meses do ano.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, houve uma “inversão em todas as atividades” do comércio varejista neste segundo trimestre, já que o setor fechou o primeiro trimestre do ano com queda de 4,4% na comparação com o 4º trimestre do ano passado.

Em 2020, o comércio fechou os dois primeiros trimestres com resultados negativos. No 1º, o recuo foi de 0,6% frente ao 4º trimestre do ano anterior, enquanto no 2º trimestre a queda foi de 10,3% frente aos três meses imediatamente anteriores. Já no 3º trimestre, houve alta de 16,2%, enquanto o 4º fechou com alta de 0,6%.

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