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Governo federal emite alerta de emergência hídrica para SP de junho a setembro

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O governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em São Paulo e mais quatro estados que se localizam na bacia do Rio Paraná, onde há previsão de pouca chuva para o período. É a primeira vez que um alerta assim é emitido.

O déficit de chuvas atual, segundo o comitê de órgãos do governo, é considerado severo. Há risco de desabastecimento e uma nova crise hídrica, de acordo com um especialista .

Na região metropolitana, o déficit de chuvas em relação à média histórica acontece há meses, como vem sendo mostrado pelo G1.

Nesta sexta-feira (30) o Sistema Cantareira operava com menor capacidade na comparação com a mesma data do ano passado e com 2013, momento de pré-crise hídrica, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp):

2021: 48%
2020: 58,8%
2013: 59%
A situação atual aponta para uma nova crise hídrica no ano que vem, de acordo com Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP). O agravante da situação é a previsão de redução de chuvas até o verão do ano que vem.

“A tendência de redução no volume de chuvas vai além do período de estiagem e deve se prolongar no segundo semestre, incluindo o verão 2021-2022, pois temos a perspectiva de retorno do fenômeno La Niña no final deste ano. Com isso, nós não teremos uma recarga dos mananciais em São Paulo como seria desejável e isso pode colocar em risco o nosso abastecimento em 2022.”
O La Niña é um fenômeno natural que, ao contrário do El Niño, diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental. Mas, assim como o El Niño, gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura no planeta.

No Brasil, o La Niña é responsável por levar mais chuva ao Norte e ao Nordeste – em 2021, especificamente, isso deverá ocorrer com intensidade maior no Norte que no Nordeste. Por outro lado, o fenômeno reduz as chuvas na porção Sul do Brasil, e isso pode ter repercussão em São Paulo.

O Cantareira abastece, por dia, cerca de 7,5 milhões de pessoas, ou 46% da população da Região Metropolitana de São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão que regulamenta o setor. O sistema é formado por sete reservatórios: Águas Claras, Atibainha, Cachoeira, Jacareí, Jaguari, e Paiva Castro e São Lourenço.

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